sábado, 23 de maio de 2009

Nessa vida é tão dificil a gente achar um barquinho...
Um barquinho pra fazer a gente velejar tranquilo
um barquinho pra guiar a gente na tempestade, mesmo que pro rumo certo
um barquinho pra fazer da gente o melhor pontinho no meio de um oceano grandão
um barquinho pra fazer da gente um infinito.

To com saudades de você, meu barquinho...




É sempre tão dificil perceber quando tinhamos uma jóia em mãos...

sábado, 9 de maio de 2009

CHATO SER GOSTOSO.

Texto de Ruy Castro que eu acho uma boa refletida na nossa eterna hipocresia de elogiar.

Chato ser gostoso

"A crase não foi feita para humilhar ninguém, como diz o Ferreira Gullar. Mas a frase, sim. Há frases que, mesmo com a intenção de elogiar, diminuem e humilham a pessoa a que se referem.
É assim, por exemplo, quando um crítico se refere a um romance, biografia ou peça como "irrepreensível". Equivale a um mestre-escola que, em posição de repreender um ginasiano por colar na prova ou cochilar durante a aula, conclui que não há o que repreender, donde o aluno é "irrepreensível". Com isso, o tal crítico, com ou sem credenciais, coloca-se acima do autor e da obra a criticar, e, por sorte, lhe dispensa sua generosa indulgência.
É assim também quando, tentando homenagear um colega mais velho, o sujeito diz: "Em 30 anos de convivência pessoal e profissional, não me lembro de um deslize no comportamento do Fulano". Como se ele próprio fosse tão à prova de deslizes que isso lhe permitisse distribuir juízos sobre o comportamento alheio, e como se o fato de "não se lembrar de nenhum deslize" bastasse para ele sair conferindo atestados de retidão.
E é igualmente assim quando, referindo-se a alguém mais importante na hierarquia, o sujeito diz que essa pessoa "é inteligente bastante" para fazer ou deixar de fazer tal coisa. Com isso também está se colocando acima dela ou, no mínimo, medindo a inteligência da pessoa pela sua -é inteligente porque vai tomar uma decisão com a qual o sujeito concorda.
Na última Copa, o jogador Cafu disse que o treinador Parreira era "inteligente bastante" para não o deixar fora do time. Deu no que deu. E, outro dia, o presidente Lula fez o mesmo com o presidente Obama. Era alguma medida que Lula achava que Obama deveria tomar -e, se tomasse, estaria apenas sendo tão "inteligente" quanto ele. Chato ser gostoso."

Né?

terça-feira, 5 de maio de 2009

O PROXIMO SEGUNDO... Já passou.

Danamos a querer ter certeza do que vai acontecer no proximo instante momento. Entretanto, é questionável a vantagem de se saber tal fato. Por que? Simples. O charme, o "x", o interessante, o desejado está em exatamente não saber. Não por não querer. Não por não entender o que se sabe, mas sim pelo fato de simplesmente não saber. E você, aí, passando noites programando qual das duas palpebras vai abrir primeiro no proximo dia. Se esquece que elas, as palpebras, já estão abertas a quase 10h e você nem se deu conta.

Estar, questionar, programar, querer, dizer e decidir... faz parte da rotina.

Entender, compreender, saber.. isso já faz parte de um desejo simplesmente inutil.

Penso que se escrevessemos mais, tirassemos mais fotos, beijassemos mais... se nos desejassemos um pouquinho mais, com certeza teriamos muito menos tempo pra pensar no que fazer daqui a um segundo. Afinal de contas, um segundo passa nessa velocidade.. passou.. passou.. passou denovo...e passará pra sempre. Quer ficar aqui me vendo digitar isso pra sempre? Fica a vontade... tenho a tarde toda livre, então, disponha. Se for esperto, e entendeu metade do que eu disse, vai levantar da cadeira e viver um pouco mais cada segundo perdido se entendendo, se buscando, se controlando. Se eu pensasse a cada palavra pra escrever, com certeza teriamos aqui um texto perfeito, a redação nota 10, um epígrafo digno de aplausos de Machado de Assis. Mas não é essa a intenção. Me atrai o fato de não saber o meu limite. Até aonde vai o meu dom, as minhas facilidades e a minha maestria. Escrever é facil. Basta ter um lápis, caneta.. ou ateh mesmo um teclado em mãos. Mas, saber o que se escreve e a potencialidade do que se escreve fica a aparente desejo do destino. E assim deve ser.
Pare de querer controlar. Não vale a pena.
Apenas viva e deixe viver. "Live and let living". É o que disse McCartney.
Deixa o proximo segundo pro relógio e pro seu destino te trazer.